sexta-feira, 14 de março de 2014


Pobre farrapeira

Desde menina lembro de mim
Tudo tem um propósito,um fim
Rebuscando minhas memórias
Vou escrevendo minhas histórias
Com mais ou menos clareza
Recordo muitas com a certeza.

Fui criança criada nos montes
Bebia àgua dos poços e fontes
Brincava com flores e pedrinhas 
Não tinha bonecas bonitinhas
Tinha momentos,alguns esquecidos
E as viagens de sonhos não vividos.

Mesmo sem ter luxos e grandezas
Havia por mim inveja e tristezas
Das meninas filhas das vizinhas
Por pequenas coisas mesquinhas
Um vestidinho feito de farrapos
Davam à minha mãe para trapos.

Ela com sua enorme habilidade
Fazia para mim e com vaidade
Mostrava à vizinha orgulhosa
De sua filha parecer uma rosa
Que ficavam a olhar invejosas
As minhas roupas tão vistosas.

Desde sempre assim aconteceu
Mas minha mãe sempre me deu
Força e coragem para ir em frente
Para que não ligasse a certa gente
Hoje sou eu a minha costureira
Mas continuo a pobre farrapeira.

De Arlete Anjos
1/03/2014

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