quarta-feira, 12 de março de 2014
Quando eu era pequenina
Minha mãe dizia assim
Onde aquela gaiata andará
Sempre à procura de mim
Pergunta,onde ela estará
São tempos que geram um fim.
Há gente que nunca saberá
Dar o seu devido valor
Ao que foi a meninice por lá
Não se sentia nem um pouco o amor
Que hoje a um filho se dá.
Poderia haver preocupação
De pais para filhos e afins
Mas não se notava no coração
Os tempos difíceis e a vida ruins
Punham violência na palma da mão.
Eu sentia tanto essa falta de amor
Mesmo criança sentia a ausência
Dos carinhos que hoje dão valor
Os pais não tinham paciência
Vivia-se quase no mundo de terror.
Minha mãe sempre a trabalhar
Mal tinha tempo de sobra
Com os seis filhos para criar
Como quem ao dever não se dobra
Passava quase todo o tempo a ralhar.
Como toda a mãe nos ensina
Sempre tinha trabalho a rodos
Cada filho o mais traquina
Éramos travessos como todos
Quando eu era pequenina.
De Arlete Anjos
15/02/2014
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